sábado, 24 de dezembro de 2011

Uma pequena citação

Ela ainda tinha as mãos calejadas, e os olhos apagados. Seus pés estavam sujos, e seu agasalho, rasgado. O gosto de café amargo ainda estava em sua boca. O cheiro dele ainda estava em seu cobertor. Levou todos seus cobertores para lavanderia — sabia que não resolveria em nada, sabia que lembranças não se lavam. Por mais que tentasse, ele continuaria ali. Nos lençóis, nas flores, no coração. Ela tentava apagar. Mas tudo lembrava ele. Ela tirou o rádio da tomada, e quebrou todos seus discos de vinil. Não ouvia mais músicas. Não fazia mais cappuccinos como antes. Não assistia mais programas na televisão aos sábados á noite. Ela evitava tudo que lembrasse ele. Ela apenas sobrevivia, da forma mais ridícula possível. Mas — ela sabia — , só o fato de sobreviver, lembrava ele.
Isabela Morgado

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

For you.

Desculpe a falta de jeito, a ausência de palavras. Com o tempo irei me adequando, e me acostumando á falar sobre você, irei mudar as palavras, irei mudar o modo de descrever tudo, mas sempre estarei querendo dizer a mesma coisa. Nunca imaginei que tu poderias se tornar tão necessário pra mim. Tua presença me inunda de felicidade, e como todo ser vivo, eu sou movida a felicidade. Eu sou movida por essa vontade de viver, por essa necessidade de ser feliz e experimentar coisas novas. Eu sou movida pela curiosidade, pelas descobertas que fizemos — e que espero fazer — juntos, pelo teu sorriso, pelo teu olhar de pessoa carente. Você, meu amor, é felicidade. Porque, quando eu estava a beira de desabar, você reconstruiu cada pedaço. Você me fez sorrir novamente. Eu ainda quero acordar com você me olhando, e logo em seguida te cobrir de beijos. Lembra que tinhamos combinado? Ainda quero realizar todas as tuas fantasias. E sentir novamente seu cheiro tão gostoso. Faça de mim, o teu amor.
Isabela Morgado