quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Anne

Era como se todos os outros caminhos tivessem se fechado, e o único — e mais fácil — era desistir. Porém desistir do que te sustenta, não é tão fácil como parece. Precisava seguir em frente, continuar na mesma monotonia de sempre não dava — era infeliz. Anne era repleta de sonhos, e seu único pesadelo era este. Ser infeliz.
— O que te trava o riso? O que te impede de ser a pessoa mais feliz do planeta?
Ela precisava matar todas as tuas dúvidas, acabar de vez com tudo. Porém era covarde demais. Talvez até para admitir certas coisas a si mesma. E eram essas certas coisas de que mais tinha medo. De ser demais. Demais para si. Para os outros. Ou não ser.
Acostumou-se com o vazio, e a solidão virou sua melhor companhia. Anne se encontrava assim: sentia-se ela, sentia-se como se tivesse nascido para ser assim, vazia. Não era um vulcão, pra falar a verdade, Anne não era nem uma gota de chuva. Era talvez uma brisa leve. Mas ja era tarde demais para ser alguma coisa. Anne havia se perdido na sua própria escuridão. Mas ela não fazia idéia do que era aquilo... Já tinha se acostumado.
(...) Mas lá estava Anne novamente, em busca de sua felicidade perdida. Ela sabia que apesar de toda aquela dor, toda aquela sequencia de problemas não arrancariam tua esperança, que inundava tua alma da forma mais linda possível. Escreveu uma carta, e sua última palavra foi: Venha. A carta era para a felicidade.
Isabela Morgado

Um comentário:

  1. Que conto
    queria saber contar
    assim
    Eu pessei que a Anne era
    eu
    parece que era eu
    você escreveu este conto pra mim
    obrigado.
    Agora não estou sozinho
    meu camaleão olha pra mim
    com cara de ração.

    Abraços poéticos

    Luiz Alfredo

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